sábado, 31 de julho de 2010

Chuva

Há tempos não faz sol
e a chuva bate tenra na minha janela
acordando-me com algum pranto
Alguma alegria, alguma tristeza
Algo de bom
filminho na tv
cheirinho de criança
cobertor de lã
Algo de ruim
trincos em casa
paisagens limitadas
- de novo, esquadros
Chuva fina
Reflexão
Em se plantando tudo dá
dá só mais um tempo
e a primavera nasce aqui
em um arco-íris riscando o céu de concreto
em uma flor brotando
onde nenhuma outra ousaria surgir

quinta-feira, 22 de julho de 2010

" No teu cavalo, peito nu, cabelo ao vento..."




Andei pensando...
Não sei porque o termo "cavalice" para definir atitudes grosseiras da raça humana.
Acho os cavalos extremamente elegantes. Ademais, carregam o peso do mundo nas costas quando são requisitados a fazê-lo, não costumam morder, nem picar, nem bicar. Não proferem palavras agressivas (até porque não falam...rs), nem são de fazer muito barulho.
Por outro lado, o cavalo sim costuma receber açoites, laços no pescoço e chutes com espora e tudo em seu ventre. É quando então ele enfim reage com uma "cavalice".
Portanto, deixem os cavalos em paz. Nós, humanos somos bem piores.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Para minha mãe


Tanto tempo sem tempo de escrever por aqui.
Acabei de ler emocionada o texto que minha mãe me deu de presente de aniversário (http://baudadina.blogspot.com/2010_07_13_archive.html). E ela havia me dito que não tinha tido o bendito tempo para me comprar um presente. O melhor para mim é que ela nem notou o tempo precioso que gastou para me dar o melhor dos presentes - a expressão de seu sentimento. Pouco me importa se ela não perdeu tempo a rodar shoppings imaginando o que precisaria/desejaria ganhar de aniversário. O presente que ela me oferece não tem preço. E é também atemporal e imperecível. Ela de novo me leva às lágrimas por ser rara. Sim, rara é toda expressão de sentimentos neste universo selvagem; e mais raras ainda as pessoas capazes de expor o sentimento que muitas vezes machuca, outras tantas sopra como leve brisa anestesiando a ferida aberta .
Hoje eu quero apenas que ela saiba que sempre foi a mãe que se propôs a ser - superprotetora, sim, mas eu duvido que minha mãe fosse feliz sendo de outra forma, duvido que fosse feliz sem saber que fez o impossível para proteger sua cria de qualquer chance de infelicidade. Então, sim, todas as suas "inconviniências" e "erros" estão mais que justificados e perdoados.
Mãe, você é e sempre foi fiel ao seu senso de justiça. A mim resta tentar desenvolver meu próprio senso de justiça agora. A ambas de nós, basta nunca se deixar  esquecer quem é o maior e melhor Juiz e entregar nossas vidas nas mãos Dele, para que nunca exista aquela que parte e aquela que fica. Para que sempre exista a continuidade de uma na outra, ultrapassando todos os limites da compreensão humana.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Uma pausa ao entendimento

Hoje quero a longa pausa
para mais uma vez entender
o que faz amor antigo,
por anos camuflado, agora explícito
mera mentira a alimentar conviniências

Amor inconviniente.
"Amo-te, mas não te quero"
"não te quero, tu me forças"
a ímpetos, destemperos, devaneios
Não! minha "personalidade" não te "permite"
"Tu escravizas-me, em nada liberta"
Amor inconviniente, ou por imaturo mero
amor mal entendido?

Mas antes de tentar decifrar
que do passado cerca meu amor
Decidi arriscar dele aceitar
antes tudo o que é bom
Aqui sigo eu plantando dia a dia
o alicercere do amor puro, qual sonhei
sem mágoas de mentiras ou traição

Mas a meu amor
é este cada vez mais dificil crer
e de novo estou eu deslocada entre os futuros amantes
que se amam sem compromisso, em idas em vindas
eos antigos amantes, discrentes,
ansiosos a mostrar suas feridas abertas
as quais nem sempre consigo cicatrizar

Cá estou novamente na estação
onde os feridos partem a seus antigos amores,
onde os amantes fugazes viajam a busca de "novas paisagens"
Enquanto eu vejo mais uma vez "o céu sumir"

E se menos pertenço ao universo do "não dito"
tampouco ao nemodernismo das entrelinhas
Cada vez julgo mais impossível a mim amar
sem semear gradual minha destruiçao
cada dia mais próxima...

"e se se morre de amor"
aqui estou eu a esperar, por suas palavras
Findar meu amor, a que me traz menos dor
o leve adormecer da morte