domingo, 21 de novembro de 2010

Noites da infância

Quando eu era pequena passava horas sem dormir a pensar como se adormecia. Queria ver o sono chegar. É sério, queria mesmo. Acontece que as horas é que chegavam, passavam e nada do sono chegar. Lembro-me que ficava ansiosa pela presença do sono, pela sua chegada; até porque, enquanto o sono não vinha, mil espécies de monstros povoavam assustadoramente a minha imaginação. E que imaginação!! Ainda bem que tinha minhas irmãs! Ah! Na hora que o monstro chega, nada melhor do que uma irmãzinha... Dormíamos as 3 no mesmo quarto entre beliches numa eterna reforma que meu pai promovia na casa jurando um quarto pra cada uma. No fundo acho que não ia gostar muito da idéia, uma vez que a mais medrosa era eu, a levantar noite após noite e procurar a cama de minha irmã mais velha. Lembro do cheiro dela, lembro de enterrar meu nariz nos seus cabelos e do seu cobertor quentinho e de sufocá-la com um abraço de pernas e braços até ela finalmente me expulsar irritada da sua cama... rs. É... mas ainda tinha a irmã mais nova (ainda assim mais corajosa que eu); e, embora não achasse que ela me inspirava muita proteção, ao menos não estava sozinha.
Por essas e outras, nunca me deixavam assistir nenhum filme de terror e suspense. Minha irmã mais velha me mandava logo pro quarto. O que ela não sabia era que a minha imaginação era pior do que qualquer "Chuck" ou "A volta dos mortos vivos". Do quarto eu ouvia os sons e imaginava tudo 10 vezes pior. Fora os 30 dias sem dormir por assistir E.T. de steven Spilberg... rsrsrsrsrsrsrs

Nenhum comentário:

Postar um comentário